A presença atuante e vivificante de Cristo na Igreja, de modo especial, na Liturgia, se manifesta na certeza de que, por Cristo, com Cristo e em Cristo, celebramos a Aliança definitiva com Deus. O Catecismo da Igreja Católica, no número 1085 diz:
Na liturgia da Igreja, Cristo significa e realiza principalmente o seu mistério pascal. Durante a sua vida terrestre, Jesus anunciava o seu Mistério pascal pelo seu ensinamento e o antecipava pelos seus atos...O Mistério Pascal de Cristo, ao contrário, não pode ficar somente no passado, já que pela sua morte destruiu a morte, e tudo o que Cristo é, fez e sofreu por todos os homens, participa da eternidade divina, e por isso abraça todos os tempos e nele se mantém permanentemente presente.
Já o número 7 da Sacrosanctum Concilium apresenta os diversos tipos de presença real de Cristo na Igreja para realizar a obra da perfeita reconciliação dos homens, ou seja a sua salvação e a glorificação de Deus, dentre elas uma por excelência ou por antonomásia, como nos ensina o Papa Paulo VI, se destaca porque é substancial, por ela está presente o Cristo completo, Deus e homem: a presença de Cristo sob as espécies eucarísticas.
Para realizar tão grande obra, Cristo está sempre presente na sua Igreja, e especialmente nas ações litúrgicas. Está presente no sacrifício da Missa tanto na pessoa do ministro, pois aquele que agora se oferece pelo ministério sacerdotal é o “mesmo que, outrora, se ofereceu na cruz”, como sobretudo nas espécies eucarísticas. Ele está presente pela sua virtude nos sacramentos, de tal modo que, quando alguém batiza, é o próprio Cristo que batiza. Está presente na sua palavra, pois é ele quem fala quando na Igreja se lêem as Sagradas Escrituras.
Está presente, por fim, quando a Igreja ora e salmodia, ele que prometeu: “Onde se acharem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”(Ma 18,20) ...nesta grandiosa obra, pela qual Deus é perfeitamente glorificado e os homens santificados, Cristo sempre associa a si a Igreja, sua amadíssima esposa, que invoca seu Senhor, e por ele presta culto ao eterno Pai. Com razão, portanto, a Liturgia é considerada como exercício da função sacerdotal de Cristo. Ela simboliza através de sinais sensíveis e realiza em modo próprio a cada um a santificação dos homens; nela o corpo místico de Jesus Cristo, cabeça e membros, presta a Deus o culto público integral.
A santificação do homem e a glorificação de Deus são os dois movimentos ou os dois objetivos da ação litúrgica que só acontecem plenamente em função da presença de Cristo, único Mediador entre Deus e os homens. Jesus Cristo é a Cabeça do seu Corpo que é a Igreja e por isso não pode estar ausente quando este Corpo se constitui e se realiza na ação que lhe é mais própria e central: celebrar a Eucaristia!
Na liturgia queremos “louvar a Deus juntos, em comunidade, por causa de Jesus Cristo, no Espírito de Deus”. E nos encontrarmos com ele, escutar o que ele diz hoje, para a nossa vida de irmãos. E deixar-nos transformar por Ele na sua Páscoa e nos dispor a obedecer a sua Palavra e comungar sua presença para retomar melhor nossa missão de ajudar e cumprir o projeto que Ele tem para o mundo.