O Evangelho de hoje, tirado de Lucas, junta um ensinamento de Jesus sobre a justiça de Deus a uma parábola sobre a misericórdia de Deus. Ao ouvir a notícia da execução de romeiros galileus por ordem de Pilatos, Jesus responde àqueles que trouxeram a notícia que estes galileus não morreram por serem maiores pecadores do que os próprios anunciadores do acontecimento. Todos somos pecadores e se não entrarmos num processo de arrependimento e conversão, de uma ou outra maneira seremos atingidos pelo mesmo destino. O apelo à conversão nunca cessa de fazer parte da pregação de Jesus. Na parábola que ele conta, fala-se de uma árvore infrutífera, que o dono da propriedade quer cortar: “Para que está ocupando inutilmente a terra?” Temos de nos lembrar que a imagem mais comum para a conversão era de “dar frutos de arrependimento”. Esta árvore não dá fruto nenhum e assim, é símbolo do ser humano impenitente. Nesta altura, o agricultor toma a iniciativa e apela por uma prorrogação: “Senhor, deixa-a ainda por este ano”. O agricultor, que é Jesus, se prontifica a fazer todo o possível para render a árvore frutífera durante um último ano. Cada um de nós, é esta árvore. Torçamos pelo resultado positivo da aposta: “Pode ser que venha a dar fruto”.
+Dom Jacinto Bergmann