No dia 20 de junho transcorreu data alusiva aos refugiados, ou seja, aquelas pessoas que independente de suas vontades precisaram sair do seu local de origem e migrarem para outro local, outro território. Já a data alusiva aos migrantes, entendidos como todas as pessoas que coercitivamente ou não, se deslocam territorialmente, será comemorada no dia 25 de junho ou no domingo que anteceder esta data.
As migrações, embora representem um fato social amplamente retratado na história da humanidade, tem sido atualmente uma das maiores preocupações dos órgãos humanitários que pensam a dignidade da pessoa humana. O contingente humano que tem se deslocado territorialmente na ultima década tem crescido de forma exponencial, sendo que hoje contam em 71 milhões de migrantes, conforme dados recentes do Alto Comissariado para refugiados das Nações Unidas referidos em editorial do Diário Popular de Pelotas na edição de 20/21 de junho.
O Papa Francisco, em mensagem do dia 29 de maio, orienta para que se construam políticas públicas no sentido do acolhimento deste contingente populacional que tem migrado em precárias condições e orienta o sentido destas políticas, mas foca, principalmente, a atuação pastoral da Igreja com as diretrizes: Acolher, proteger, promover, integrar e celebrar, sendo este o lema da 34ª Semana do Migrante que se encerra esta semana.
Quais Caminhos?
A estrada é única! Tanto hoje, como em tempos passados! E o caminho a ser seguido é o da construção de uma sociedade mais justa e igualitária em que o ser humano só precise migrar como um exercício de livre opção de moradia e trabalho. As questões que envolvem o fenômeno migratório não podem ficar adstritas as suas conseqüências – que são gravíssimas e de difícil solução – todavia tem que se aterem as causas da miserabilidade humana nos dias de hoje: miséria econômica, social, política.
Urge trilhar o caminho da busca de um regime social, político e econômico que trate o ser humano como fundamento de sua existência e cujos princípios éticos em que se baseie sejam da solidariedade e da universalidade de oportunidades, pois somente assim a humanidade vai encontrar – ao final deste caminho – um refúgio, um mirador de onde irá vislumbrar e implementar a solução dos gravíssimos problemas de mobilidade humana que ainda hoje nos afetam (ou deveriam nos afetar) como espécie humana.