No Evangelho de João (12,8) lemos: “Pobres estarão sempre com vocês...” Jesus faz esta fala em Betânia, onde morava Lázaro a quem Ele havia ressuscitado. Interessante esta palavra do Mestre num local onde parece que a pobreza era lugar comum. Lendo este versículo percebemos que esta afirmação fecha com o egoísmo reinante no coração humano; desde o tempo de Jesus, já havia “pobres” e eles faziam parte da sociedade excludente e injusta produzida pelo império romano da época. E hoje?
Continuamos com a mesma demanda: os pobres continuam no meio de nós em todos os lugares do mundo. No Brasil ainda precisamos de uma “Semana da Solidariedade” para despertar os corações que esquecem de ter um olhar aguçado para aquele que está ao seu lado e vive situações de pobreza e vulnerabilidade.
Nosso Papa Francisco há dois anos instituiu o “Dia Mundial do Pobre”, não como um momento celebrativo, mas como um tempo forte de olhar solidário para este irmão(ã) em número cada vez maior que sobrevive em regimes que roubam o direito à saúde, à educação, à moradia, enfim, direito a uma vida digna. É a Igreja preocupada com seus filhos e filhas que vivem nas periferias geográficas e existenciais do mundo globalizado.
A “Semana da Solidaridade” acontece de 10 a 17 de novembro e o “Dia Mundial do Pobre” dia 17, no próximo domingo. Nos dias 28 a 30 de outubro passado, aconteceu em Pelotas a 43º Assembleia Estadual da Cáritas Brasileira Regional do Rio Grande do Sul onde foi refletido o Tema: “Bem viver, esperança, resistência e profetismo: sinais do Reino de DEUS”, com Iluminação Bíblica do Evangelho de Lucas 21,28: “Erguei-vos e levantai a cabeça, pois está próxima a vossa libertação”. Este mesmo tema será refletido na 24ª Assembleia Nacional da Cáritas Brasileira em Teresina no Piaui de 19 a 23 de novembro de 2019.
O Tema do Bem Viver vem ao encontro da missão da Cáritas à luz do documento 109 da CNBB – Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, 2019-2023. Neste documento os bispos nos falam dos pilares de uma casa comum e da construção de comunidades eclesiais missionárias, à luz: da “Palavra”, do “Pão”, da “Caridade” e da “Ação Missionária”. Esta é uma ação transformadora que se impõe diante de uma “cultura urbana” que destrói a dignidade da pessoa humana e que exige o exercício da “Caridade Libertadora”.