A 55ª edição do Dia Mundial das Comunicações Sociais, celebrado pela Igreja Católica em 16 de maio, dia da Festa da Ascensão do Senhor, foi o tema da formação realizada no dia 15 de abril pela Arquidiocese de Pelotas e participação das Dioceses do Rio Grande e de Bagé. Com o apoio da Pastoral da Comunicação do Regional Sul 3 da CNBB, Livraria Santa Rita e Universidade Católica de Pelotas, a live transmitida no Facebook da Arquidiocese, teve como convidados Dom Carlos Rômulo, Bispo de Montenegro e referencial para a comunicação do Regional, e pelo professor Manoel Jesus, que integra a coordenação da Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Pelotas. A live foi conduzida pelo Coordenador da Pastoral da Comunicação Arquidiocesana, Lupi Scheer dos Santos.
Destacando que a Comunicação Social prevê primordialmente uma interação, ao explanar sobre o tema, o professor Manoel Jesus indicou que “a comunicação precisa ser construída no encontro com as pessoas para procurar histórias ou verificar com os próprios olhos determinadas situações”. Não é por acaso que, esse ano, a motivação para o Dia Mundial das Comunicações Sociais se inspirou no Evangelho de João, com o tema “Vem e verás (Jo 1, 46): Comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são”. Para atender esse objetivo, é preciso “gastar a sola do sapato”, como aventou o Papa Francisco, tanto por parte do jornalista que pode se acomodar nas redações, assim como daqueles que fazem comunicação “na e da” igreja e precisam encontrar fórmulas de concretizar o que Francisco chama de uma “igreja em saída”. Como bem salientou o professor Manoel, essa proposta do Papa Francisco exige deixar a comodidade de ser apenas um expectador externo, pelas redes sociais. Ele ponderou, no entanto, que nesses tempos de pandemia e necessárias restrições, as redes sociais também podem ajudar no encontro e, sem elas, muitas vezes não teriam lugar para o encontro acontecer. Ele destacou que “comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são” é uma leitura atualizada da proposta de uma “igreja em saída”.
Já Dom Carlos Rômulo reforçou a importância de saber garimpar e comunicar as tantas realidades concretas dos leigos, que vivem o evangelho nos seus cotidianos, na realidade de cada um. “A missa é a fonte que abastece os leigos e vai gerar a semente da vida cristã”, sintetizou. Para tanto, segundo o bispo de Montenegro, faz-se necessário reconhecer que a dimensão de comunicação existe em todas as pastorais, que devem partilhar suas experiências e também saber acolher. “Não podemos esquecer que evangelizar é anúncio, testemunho, serviço e também diálogo. O processo de comunicação não acontece sem escutar o que o outro tem a dizer”, explicou.
O professor Manoel Jesus entende que, dentro desse contexto, comunicação não é só uma habilidade de retórica, lembrando que o fascínio de Jesus estava na pregação, na convicção e até em seus silêncios. Se muitas vezes, nos tempos atuais, o que existe é uma quantidade de eloquências vazias, ele sugere que para preencher esse vazio, é necessário o silêncio da oração, da reflexão e da meditação.
O grande desafio para a Pastoral da Comunicação, segundo Manoel Jesus, é o de não ser apenas uma pastoral, mas um serviço que deve estar à disposição das demais pastorais. “Seu protagonismo é dos leigos, que precisam ser preparados, ou seja, todos os comunicadores que fazem o anúncio da Boa Nova, por serviços como a liturgia, catequese, juventude, acolhida, sobriedade, saúde e tantos outros. Mas esse tema deverá ser aprofundado no próximo encontro de formação, em 20 de maio. Fique atento e participe. Texto: Pastoral da Comunicação da Diocese do Rio Grande
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