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Foto do escritorArquidiocese de Pelotas

UMA VISITA BEM AVENTURADA



Maria e seu Senhor - no Evangelho dominical

 

Ainda eu estava maturando em meu coração a missão, ó Senhor, de ser a mãe do seu Filho, quando soube que minha prima Isabel também estava grávida. Aliás, a sua gravidez foi também uma intervenção especial sua, ó Senhor. Aconteceu, mesmo ela com idade avançada. Assim, eu grávida jovem e ela grávida idosa. Claro que eu deveria ir ajudá-la. É o que fiz! Apressadamente, sem perda de tempo para servir!

Portanto, eu parti de Nazaré, onde eu vivia, para a cidade da Judéia, perto de Jerusalém, na região montanhosa, onde viviam Isabel e seu esposo Zacarias. A viagem teve que realizar-se com muito cuidado, pois, além dos perigos das estradas e suas surpresas, eu estava grávida sob total intervenção sua, ó Senhor, por obra do Espírito Santo. Eu carregava no seio o seu Filho, o Divino feito Humano.

Cheguei à casa de Zacarias e Isabel. Cumprimentei de modo especial minha prima Isabel pela sua gravidez. Percebi que minha saudação mexeu com minha prima. De fato, Isabel, ouvindo a saudação, a “criança pulou no seu ventre”. Um dia vamos entender melhor este sinal de “a criança pular no seu ventre?” Mas, certamente, no dia de minha visita e na minha saudação, o sinal de “pular” já manifestava um significado profundo: Isabel e a criança no seu ventre, representavam a promessa e a espera da salvação da Antiga Aliança; eu, Maria, e a criança no meu ventre, representavam a realização da salvação da Nova Aliança. A criança da Antiga Aliança “pulando” diante da criança da Nova Aliança. Chegou o tempo da salvação!

A criança “pulando” no ventre da prima Isabel fez ela “ficar plena do Espírito Santo”. É o seu Espírito, ó Senhor, que estava agindo. É o seu Espírito Santo, ó Senhor, que estava operando a salvação com as crianças geradas por nós. Por isso, Isabel com “grande grito” exclamou a meu respeito: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?” E na continuação de sua exclamação, Isabel confirmou que ao ser saudada por mim, a “criança pulou no seu ventre de alegria”. Trata-se da alegria da salvação que virá com o Filho de Deus que está sendo gerado por mim. Há alegria maior que essa: a salvação da humanidade acontecendo pela Encarnação do Filho de Deus?

Ainda na saudação da prima Isabel, ela concluiu exclamando: “Bem aventurada aquela que acreditou, por que será cumprido, o que o Senhor prometeu”. Sim, a fé de Isabel e minha fé está sendo uma bem aventurança. Em toda história do nosso povo de Israel, o povo escolhido, sempre foi a fé que fez o Senhor agir sua salvação. É uma fé bem aventurada.

A fé verdadeira, a fé bem aventurada, sempre possui o caráter de uma fé “a despeito de”, de uma fé “mesmo assim” - do passo corajoso da esperança além dos limites do demonstrável e compreensível. É verdade: as crianças que a Isabel e eu estamos carregando, capazes de “pular “ nos nossos ventres, são frutos desta fé verdadeira, desta fé bem aventurada. Apenas confiamos e esperamos: todo o resto é sua ação, Senhor.

Por fim, por tudo o que aconteceu nesta visita, nós duas mães grávidas pela fé e esperança no Senhor, nos tornamos protagonistas da vida de Deus: as nossas crianças partilharam o primeiro encontro da vida de Deus. Deus fez em nós maravilhas, Santo é o seu nome. Que visita bem-aventurada aconteceu!

 

Dom Jacinto Bergmann

Arcebispo de Pelotas


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